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Senado discute mudanças na Lei do Impeachment após decisão do STF sobre PGR

Senado discute mudanças na Lei do Impeachment após decisão do STF sobre PGR

Proposta em análise na CCJ pode alterar regras para afastamento de autoridades e reage a decisão monocrática de Gilmar Mendes.

Redação
Redação

10 de dezembro de 2025 ·

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal analisa nesta quarta-feira (10) o Projeto de Lei 1.388/23, que propõe alterações na Lei do Impeachment. A discussão ocorre dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes decidir, em caráter monocrático, que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem legitimidade para apresentar denúncias de crimes de responsabilidade contra ministros da Corte.

O projeto, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estava parado desde agosto de 2023. O relator, senador Weverton Rocha (PDT-MA), deve apresentar seu parecer durante a reunião da CCJ. A proposta revisa quem pode solicitar o impeachment de autoridades, como o Presidente da República e ministros do STF.

Mudanças nas regras do processo

Entre as principais alterações em discussão está a mudança no quórum necessário para a abertura de um processo de impeachment contra ministros. Atualmente, é exigida maioria simples (metade dos 81 senadores mais um, ou seja, 41 votos). A proposta em análise prevê a adoção de maioria qualificada de dois terços, o que elevaria o mínimo necessário para 54 senadores.

Outra regra sob avaliação é o fim do afastamento cautelar do cargo enquanto o processo de impeachment estiver em curso. O relator Weverton Rocha também indicou, em entrevista à GloboNews, que seu relatório deve fixar um prazo de 15 dias – e não 30, como no texto original – para que o presidente do Senado decida sobre a admissibilidade de pedidos de impeachment contra ministros do STF.

Contexto da decisão do STF

A análise do projeto no Senado é uma reação direta à decisão do ministro Gilmar Mendes, tomada na última semana. O decano do STF determinou, de forma individual, que apenas a PGR pode denunciar ministros da Suprema Corte por crimes de responsabilidade, que são a base para pedidos de impeachment. A decisão monocrática ainda será submetida ao plenário do STF nesta sexta-feira (12) para análise coletiva.

A Lei do Impeachment, que rege esses processos, foi criada em 1950. A proposta de Pacheco busca atualizá-la e estabelecer parâmetros mais claros, especialmente após a interpretação do STF sobre a exclusividade da PGR nas ações contra seus próprios ministros.

Próximos passos

Caso algum senador peça vista do processo ou adiamento, a votação do relatório na CCJ pode ser transferida para a próxima semana. Se aprovada pela comissão, a proposta seguirá para o plenário do Senado. A mudança na lei tem potencial para impactar significativamente o equilíbrio de poderes e os mecanismos de controle sobre as mais altas autoridades do país.

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