Trump acusa democratas de "sedição punível com morte" em vídeo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta quinta-feira (20) seis parlamentares democratas de sedição "punível com morte". A declaração foi feita em resposta a um vídeo no qual os políticos, todos veteranos das Forças Armadas ou inteligência, pediram que militares norte-americanos defendam a Constituição.

Os deputados e senadores aparecem na gravação divulgada na última terça-feira (18) pela senadora Elissa Slotkin em sua conta no X (antigo Twitter). No material, eles se dirigem diretamente aos membros das Forças Armadas, afirmando que estão "sob enorme pressão" do governo Trump.

Conteúdo do vídeo considerado "perigoso"

No vídeo de 2 minutos, os seis parlamentares - senadora Elissa Slotkin, senador Mark Kelly do Arizona, e deputados Jason Crow, Chris Deluzio, Maggie Goodlander e Chrissy Houlahan - destacam suas credenciais militares e afirmam: "O governo Trump está colocando as Forças Armadas contra cidadãos americanos". Eles pedem explicitamente que militares "recusem ordens ilegais" e "defendam as leis".

A senadora Slotkin, ex-funcionária da CIA e do Departamento de Defesa, declarou no vídeo: "O povo americano precisa que vocês defendam nossas leis e a Constituição". Todos os participantes são considerados possíveis candidatos a cargos mais altos na política americana.

Reação presidencial nas redes sociais

Trump respondeu ao caso compartilhando mais de uma dezena de publicações de aliários que criticavam o vídeo. Em suas próprias postagens, o presidente classificou o conteúdo como "muito ruim e perigoso para o país" e escreveu: "Comportamento sedicioso de traidores!!! Prisão??? Punível com morte."

Entre as publicações compartilhadas pelo presidente estava uma mensagem que dizia explicitamente: "enforquem-nos — George Washington faria isso!!". O episódio ocorre enquanto o governo norte-americano emprega tropas da Guarda Nacional em diversas cidades do país.

Posição oficial da Casa Branca

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou à AP News que a mensagem dos democratas poderia "talvez ser punível por lei". Em declaração formal, Leavitt sustentou que incentivar militares a "desafiar a cadeia de comando e desobedecer ordens legais" é "muito perigoso" para a segurança nacional.

Segundo analistas políticos consultados pela agência, o vídeo dos democratas ampliou significativamente a visibilidade dos seis parlamentares no cenário político nacional, posicionando-os como vozes de oposição dentro do establishment de segurança nacional.

O caso ocorre em meio a crescentes tensões políticas nos Estados Unidos sobre o papel das Forças Armadas em questões domésticas. Especialistas em direito constitucional alertam que as declarações presidenciais sobre punição capital para opositores políticos representam um precedente preocupante na democracia americana.