Trump pede fechamento do espaço aéreo venezuelano em escalada de tensão
Presidente americano faz apelo direto a companhias aéreas um dia após revelação de contato telefônico com Maduro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu neste sábado (29) que companhias aéreas considerem o fechamento total do espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela. A declaração foi feita através da rede social The Truth e representa mais uma escalada nas tensões entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.
Na publicação, Trump escreveu textualmente: "A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, por favor, considerem o FECHAMENTO TOTAL DO ESPAÇO AÉREO ACIMA E AO REDOR DA VENEZUELA". O apelo ocorre em meio a uma crescente mobilização militar americana na região do Caribe.
Contexto da crise bilateral
O episódio acontece um dia após a revelação do jornal The New York Times de que Trump e Maduro teriam mantido uma conversa telefônica durante o último final de semana. Segundo a publicação, os dois presidentes discutiram a possibilidade de um encontro nos Estados Unidos, embora detalhes sobre o conteúdo da conversa permaneçam restritos.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) já havia emitido na semana passada um alerta às principais companhias aéreas sobre uma "situação potencialmente perigosa" ao sobrevoar a Venezuela. O comunicado citava o "agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro e nos arredores" do país.
Operação antinarcóticos ou mudança de regime?
Desde agosto, os Estados Unidos mantêm um forte aparato militar no Caribe, em área próxima à costa venezuelana. De acordo com o governo Trump, mais de 20 embarcações suspeitas de transportar drogas foram bombardeadas, resultando em pelo menos 83 mortos.
A Casa Branca justifica a mobilização como uma operação contra o narcotráfico internacional. No entanto, autoridades americanas reconhecem que o objetivo final inclui a retirada de Maduro do poder. Além dos ataques navais, Trump autorizou operações secretas da CIA no território venezuelano.
Na quinta-feira (27), o presidente americano já havia antecipado que "muito em breve" os Estados Unidos iniciariam uma ofensiva terrestre contra o narcotráfico na Venezuela, sem fornecer detalhes adicionais sobre o planejamento.
Reação venezuelana e consequências
Em resposta ao alerta da FAA, o governo venezuelano revogou os direitos de operação de seis grandes companhias aéreas internacionais que haviam interrompido seus voos para o país. A medida representa mais um capítulo na crise que já afeta significativamente a conectividade aérea da região.
Analistas internacionais avaliam que o apelo direto de Trump às companhias aéreas representa uma tentativa de aumentar a pressão econômica e diplomática sobre Caracas, em um momento em que ambas as nações mantêm canais de comunicação abertos, ainda que em meio a crescentes tensões militares.
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