O Vaticano decidiu retirar a figura do menino Jesus que estava envolta em um keffiyeh, o lenço símbolo da resistência palestina, do presépio montado na Sala Paulo VI. Esta sala é tradicionalmente utilizada para as audiências gerais do papa Francisco durante os meses de inverno. A retirada ocorreu após a repercussão causada pela imagem de Cristo utilizando o lenço, que gerou desconforto em diferentes comunidades.
A obra havia sido criada por artistas palestinos de Belém, na Cisjordânia ocupada. A presença do menino Jesus com o keffiyeh, que representa uma forte carga simbólica para a luta palestina, gerou reações de líderes da comunidade judaica. Marco Cassuto Morselli, presidente da Federação da Amizade Hebraico-Cristã da Itália, manifestou seu "desconcerto" com a representação do menino Jesus, enquanto o rabino-chefe de Gênova, Giuseppe Momigliano, considerou o episódio "particularmente inquietante" devido à sua ignorância sobre a origem judaica de Cristo.
Por outro lado, o artista palestino Taisir Hasbun, que atuou como curador do presépio, defendeu que a montagem foi uma oportunidade para dar voz aos cidadãos de Belém, terra natal de Cristo. Ele afirmou que o projeto visava aumentar a conscientização sobre a presença palestina na cena internacional. O Papa Francisco, que frequentemente apela pela paz no Oriente Médio, recentemente comentou sobre a guerra na Faixa de Gaza, evidenciando necessidades de investigações sobre possíveis violações dos direitos humanos.
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