Quarenta e seis das 53 universidades brasileiras incluídas no ranking das melhores do mundo registraram queda na classificação de 2025, segundo o Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR). O relatório aponta como principal causa o subfinanciamento crônico das instituições públicas pelo governo federal.
A USP, melhor colocada entre as brasileiras, caiu para a 118ª posição global - perdendo 23 colocações em relação ao ano anterior. A instituição teve deterioração em todos os quatro critérios avaliados: qualidade da educação (25%), empregabilidade (25%), corpo docente (10%) e pesquisa (40%).
Panorama das instituições nacionais
O levantamento mostra que apenas sete universidades brasileiras melhoraram suas posições:
• UFRJ: subiu para 331º lugar (avanço de 8 posições)
• Unicamp: alcançou 369º (mais 12 colocações)
• Unesp: posicionada em 454º (progresso de 5 lugares)
• UFRGS: classificada em 476º (subiu 3 posições)
Cenário internacional contrastante
Enquanto o Brasil regride, a Universidade Harvard mantém o primeiro lugar pelo 14º ano consecutivo. O top 5 completo é:
1. Harvard (EUA)
2. MIT (EUA)
3. Stanford (EUA)
4. Cambridge (Reino Unido)
5. Oxford (Reino Unido)
"O Brasil está perdendo competitividade acadêmica em ritmo alarmante", alerta o Dr. Nadim Mahassen, presidente do CWUR. "Enquanto outros países priorizam ciência e educação, aqui vemos cortes orçamentários e desinvestimento".
Metodologia e contexto
O ranking analisou 74 milhões de pontos de dados de 21.462 instituições globais. Entre 2015 e 2025, o orçamento do MEC para universidades federais caiu 38% em termos reais, segundo o Inep.
Especialistas apontam que a queda brasileira reflete:
• Redução de 52% em bolsas da Capes (2019-2025)
• Corte de 63% no financiamento à pesquisa (FNDCT)
• Êxodo de 12 mil cientistas nos últimos 5 anos
O Ministério da Educação foi contactado, mas não se manifestou sobre os resultados até o fechamento desta matéria.
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