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Antártida registra recorde de temperatura e redução histórica de gelo marinho
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Antártida registra recorde de temperatura e redução histórica de gelo marinho

Continente atinge terceiro menor extensão de gelo desde 1979, com perdas críticas em setores do Oceano Índico

Redação
Redação

21 de novembro de 2025 ·

A Antártida registrou em outubro um recorde histórico de temperatura média mensal, segundo análise da Berkeley Earth. O continente mais frio do planeta apresenta tendência de aquecimento contínuo, com redução alarmante do gelo marinho que preocupa cientistas.

Em 17 de setembro de 2025, a Antártida alcançou seu máximo anual de gelo com apenas 17,81 milhões de quilômetros quadrados - o terceiro menor valor desde o início dos registros por satélite em 1979. O volume ficou quase 900 mil quilômetros quadrados abaixo da média registrada entre 1981 e 2010.

Padrão preocupante se consolida

O pico de gelo em 2025 ocorreu seis dias antes da data mediana histórica, sinalizando mudanças no comportamento do gelo marinho. "A antecipação da máxima anual reflete alterações no padrão de ventos, circulação oceânica e balanço térmico regional", explica análise da Metsul Meteorologia.

Os dados mostram três anos consecutivos de déficits significativos na extensão do gelo antártico. Em outubro, o gelo marinho somou 17,5 milhões de quilômetros quadrados, cerca de 1,1 milhão de quilômetros quadrados abaixo da média entre 1991 e 2020.

Contrastes regionais acentuados

As maiores perdas foram registradas nos setores do Oceano Índico e do Mar de Bellingshausen, regiões que apresentam anomalias sucessivas desde o colapso abrupto do gelo em 2023. O setor do Oceano Índico mostra o cenário mais crítico, com cobertura muito abaixo da média.

Enquanto isso, áreas do Atlântico Sul, do Pacífico Ocidental e partes do Mar de Amundsen apresentaram concentrações um pouco acima da média. A disparidade regional reforça as mudanças no sistema climático antártico.

Novo regime climático

Os dados recentes apontam para um "novo regime do sistema antártico", caracterizado por temperaturas mais altas e gelo marinho mais vulnerável. Apesar da grande variabilidade natural do continente, a persistência de fortes anomalias negativas desde 2023 indica mudanças estruturais.

As temperaturas extremamente elevadas no Leste da Antártica e recordes de calor nas águas oceânicas contribuem para o cenário de transformação acelerada no continente gelado.

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