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ANVISA aprova Mounjaro® para tratamento de obesidade no Brasil

Medicamento inovador demonstra redução de até 22,5% do peso corporal em estudos clínicos internacionais

ANVISA aprova Mounjaro® para tratamento de obesidade no Brasil
Reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso do medicamento Mounjaro® (Tirzepatida) para tratamento da obesidade no Brasil. Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o fármaco já era autorizado para diabetes tipo 2 e agora poderá ser prescrito para pacientes com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades.

Eficácia comprovada em estudos internacionais

Nos estudos SURMOUNT, a Tirzepatida demonstrou resultados significativos na redução de peso. No SURMOUNT-1, publicado no New England Journal of Medicine, pacientes alcançaram redução média de 22,5% do peso corporal após 88 semanas de tratamento. Já no SURMOUNT-5, o medicamento superou a Semaglutida (presente no Ozempic® e Wegovy®) com redução de 20,1% contra 13,7% no grupo controle.

Dados do estudo SURMOUNT-2, publicado na Lancet, mostraram que pacientes com diabetes tipo 2 tiveram redução de peso entre 14,7% e 15,7%, além de melhora nos níveis de hemoglobina glicada.

Mecanismo de ação inovador

A Tirzepatida age como agonista duplo dos receptores GIP (peptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), atuando em múltiplas vias metabólicas. Segundo especialistas, essa dupla ação explica sua eficácia superior comparada a medicamentos anteriores.

Efeitos adversos e contraindicações

Os principais efeitos colaterais incluem náuseas, diarreia e constipação. O medicamento é contraindicado para pacientes com histórico de carcinoma medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2, conforme alertas da ANVISA, FDA (EUA) e EMA (Europa).

Contexto brasileiro

Dados da World Obesity Federation (2024) projetam que quase metade da população adulta brasileira estará obesa até 2044. O tratamento com Tirzepatida no Brasil custa cerca de R$ 1.800 para quatro semanas de uso, dependendo da dose.

Especialistas alertam que o medicamento deve ser usado em conjunto com mudanças no estilo de vida e acompanhamento multiprofissional. A Endocrine Society (2024) reforça que intervenções nutricionais e atividade física são essenciais para resultados duradouros.

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há 5 minutos

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