Uma equipe internacional de arqueólogos marinhos encontrou os restos de um navio mercante grego que naufragou há aproximadamente 2.500 anos nas águas da costa da Sicília, na Itália. A descoberta, anunciada nesta semana, inclui uma carga excepcionalmente preservada de ânforas e outros artefatos que oferecem novas pistas sobre as rotas comerciais no Mediterrâneo Antigo.
O tesouro subaquático
O naufrágio, datado do século V a.C., foi localizado a 80 metros de profundidade durante uma pesquisa com sonar de varredura lateral. Segundo os pesquisadores, a embarcação transportava pelo menos 50 ânforas do tipo grego-italiano antigo, usadas para armazenar vinho, azeite e grãos. "A preservação é extraordinária - temos ânforas ainda empilhadas como estavam no momento do naufrágio", afirmou a arqueóloga Maria Costanza, líder da expedição.
Além das ânforas, a equipe recuperou objetos pessoais da tripulação, incluindo utensílios de cerâmica, uma lamparina a óleo e pesos de rede de pesca. A análise preliminar sugere que o navio partiu de uma colônia grega no sul da Itália e seguia para a Sicília quando afundou, possivelmente devido a uma tempestade.
Técnicas de construção reveladoras
Os restos do casco, embora parcialmente cobertos por sedimentos, mostram características típicas da construção naval grega arcaica. "Identificamos o sistema de encaixe 'mortise-and-tenon', uma técnica avançada para a época", explicou o especialista em arqueologia naval, Dr. Andreas Petrakis. A madeira do casco será submetida a análises de dendrocronologia para determinar sua origem exata.
O sítio arqueológico está sendo mapeado em 3D antes da recuperação dos artefatos mais frágeis. As autoridades italianas já declararam a área como zona de proteção arqueológica, enquanto os trabalhos de pesquisa continuam.
Próximos passos
Os artefatos serão levados para o Museu Arqueológico de Siracusa para conservação e estudo. A equipe planeja retornar ao local em setembro com equipamentos mais sofisticados para investigar partes do navio ainda enterradas no fundo do mar. "Esta descoberta nos dá uma cápsula do tempo excepcional do período clássico", completou Costanza.
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