Botão do Pânico do app SP Mulher Segura é acionado mais de 4 mil vezes

O "Botão do Pânico", recurso do aplicativo SP Mulher Segura lançado em 2024, já foi acionado mais de 4 mil vezes no estado de São Paulo. A ferramenta funciona como um pedido de socorro direto para mulheres que possuem medidas protetivas de urgência, acionando imediatamente a Polícia Militar para o local da ocorrência.

O aplicativo, que conta com 34,5 mil usuárias cadastradas, também permite o registro de boletins de ocorrência 24 horas por dia, sem a necessidade de deslocamento até uma delegacia. Desde sua implementação, mais de 1.300 boletins já foram registrados pela plataforma digital.

Contexto de violência e casos recentes

Os milhares de acionamentos ocorrem em um cenário marcado por casos graves de violência contra a mulher. No último domingo (7), manifestações ocorreram em diversas cidades do país para exigir políticas públicas mais efetivas de combate a esse tipo de crime.

No mesmo dia dos protestos, a farmacêutica Daniele Guedes, de 38 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido, Cristian Antunes, em Santo André, na Grande São Paulo. Na semana anterior, Tainara Souza Santos, de 30 anos, foi arrastada pelo ex-companheiro pela Marginal Tietê, perdendo as duas pernas e permanecendo em estado grave.

Dados nacionais alarmantes

Segundo dados do Ministério da Justiça, 1.075 mulheres foram vítimas de feminicídio entre janeiro e setembro de 2024. O número total para todo o ano de 2024 chegou a 1.459 casos, evidenciando a dimensão da violência de gênero no país.

O aplicativo SP Mulher Segura é uma das ferramentas desenvolvidas para tentar conter essa estatística, oferecendo um canal de emergência direto e acessível.

Disponibilidade e acesso

O SP Mulher Segura está disponível para download gratuito nas lojas de aplicativos para dispositivos Android e iOS. A ferramenta é mantida pelo governo do estado de São Paulo como parte de uma política de enfrentamento à violência contra a mulher.

Especialistas em segurança pública destacam que, embora tecnologias como o botão do pânico sejam importantes, é necessário um conjunto amplo de ações, incluindo educação, fiscalização de medidas protetivas e mudança cultural, para combater efetivamente o feminicídio.