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Brasil abriga um dos vulcões mais antigos do mundo, com 1,89 bilhão de anos

Brasil abriga um dos vulcões mais antigos do mundo, com 1,89 bilhão de anos

Estrutura geológica no Amazonas é considerada um dos registros mais antigos de vulcanismo no planeta, revelando segredos da formação da Terra.

Redação
Redação

15 de dezembro de 2025 ·

O Brasil possui um dos vulcões mais antigos do mundo, com aproximadamente 1,89 bilhão de anos. Localizado no estado do Amazonas, o complexo vulcânico de Uatumã é considerado um dos registros mais antigos de atividade vulcânica no planeta, oferecendo pistas cruciais sobre a formação dos continentes e a evolução geológica da Terra.

A descoberta e estudo dessa estrutura foram possíveis através de análises de rochas e datações radiométricas realizadas por geólogos. A região, que hoje abriga a Floresta Amazônica, foi um cenário de intenso vulcanismo no passado remoto, durante um período em que os continentes ainda estavam em formação.

Uma janela para o passado profundo da Terra

O vulcão do Uatumã não é uma montanha cônica como as imagens tradicionais, mas sim uma extensa província ígnea, formada por rochas vulcânicas que cobrem uma área de milhares de quilômetros quadrados. Sua idade de 1,89 bilhão de anos o coloca entre os vestígios de vulcanismo mais antigos já identificados, um período conhecido como Paleoproterozoico.

"Estudar o Uatumã é como ler um livro aberto sobre os primeiros capítulos da história do nosso planeta", explica um geólogo especialista em vulcanismo antigo. "As rochas aqui preservadas contam uma história de erupções colossais que ajudaram a moldar a crosta terrestre."

Contexto geológico e importância científica

A existência deste vulcão antigo desafia percepções anteriores sobre a estabilidade geológica do território brasileiro, frequentemente visto como uma "plataforma estável". Ele evidencia que, há bilhões de anos, a região foi tectonicamente ativa, com magma ascendendo das profundezas para a superfície.

Este vulcanismo está associado a processos de rifteamento continental – quando uma placa tectônica começa a se separar –, que podem ter precedido a formação de um antigo oceano. A análise dessas rochas ajuda os cientistas a entender não apenas o passado do Brasil, mas também os processos globais de formação e fragmentação dos supercontinentes.

Preservação e desafios para a pesquisa

A estrutura está preservada justamente por ter sido soterrada e protegida por milhões de anos de sedimentação, sendo posteriormente exposta pela erosão. O acesso para estudos é um desafio devido à localização remota, no coração da Amazônia, exigindo expedições complexas e caras.

Pesquisas contínuas na área buscam detalhar o tipo de vulcanismo, a composição exata do magma e a duração total da atividade. Cada nova amostra coletada pode ajustar a linha do tempo geológica e revelar mais sobre as condições ambientais da Terra naquela era distante.

Legado para a ciência e além

Além do valor científico puro, o estudo do vulcão do Uatumã tem implicações práticas. Províncias ígneas antigas como esta estão frequentemente associadas a depósitos minerais importantes. Compreender sua formação pode auxiliar na prospecção de recursos naturais de forma mais direcionada e sustentável.

O reconhecimento deste patrimônio geológico também reforça a importância da preservação da Amazônia não apenas por sua biodiversidade atual, mas também por seu incomparável registro da história do planeta, escrito em suas rochas.

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