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Censo revela que mais de 400 mil gaúchos vivem em favelas e comunidades

Censo revela que mais de 400 mil gaúchos vivem em favelas e comunidades

Dados de 2022 mostram que 3,8% da população do estado habita áreas com infraestrutura precária e exclusão urbana.

Redação
Redação

9 de dezembro de 2025 ·

O Censo Demográfico de 2022 revelou que mais de 400 mil pessoas vivem em favelas e comunidades urbanas no Rio Grande do Sul. Esses moradores estão distribuídos em 481 territórios espalhados por 53 municípios gaúchos, representando 3,8% da população estadual.

Porto Alegre concentra a maior parte desses habitantes. A situação escancara um projeto urbano que historicamente tolerou, mas não planejou a integração dessas áreas à cidade formal.

Infraestrutura abaixo da média nacional

Embora o estado não esteja entre os com maior proporção de moradores em favelas, as disparidades de infraestrutura nessas áreas são mais agudas que a média do país. Os dados apontam para graves deficiências em saneamento básico, mobilidade urbana e arborização.

Para especialistas, a enchente de 2024 apenas evidenciou um quadro de risco permanente, onde casas foram erguidas à revelia do poder público, distantes de serviços essenciais e vulneráveis a eventos climáticos extremos.

Precariedade é fruto de décadas de ausência de políticas

Analistas ressaltam que a situação não representa uma "informalidade" romantizada, mas sim uma precariedade produzida por décadas de ausência de políticas urbanas consistentes. O planejamento público frequentemente enxergou essas áreas como um problema a ser contido, e não como parte da cidade a ser integrada.

"Quando quase meio milhão de pessoas depende de gambiarras para acessar água, esgoto, transporte e áreas de lazer, o que está em jogo não é apenas estatística, mas o direito básico de existir com dignidade no mapa oficial do Estado", contextualiza um trecho da análise sobre os dados.

Moradores cobram integração e direitos básicos

Enquanto novos métodos de mapeamento refinam os números e dão nome a vilas antes invisíveis, os moradores seguem com demandas por acesso a oportunidade, educação, cultura, esporte, trabalho e infraestrutura urbana básica, como calçadas seguras.

O desafio que se coloca para o poder público é sair da lógica da gestão da carência e assumir, com orçamento e prazos definidos, que as favelas são uma parte estruturante das cidades gaúchas e devem ser tratadas como tal em qualquer planejamento de futuro.

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