Deputado é retirado à força da presidência da Câmara em protesto por diferença de tratamento
Polícia Legislativa removeu Glauber Braga após ele ocupar a cadeira para criticar ação branda com bolsonaristas.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força pela Polícia Legislativa da cadeira da presidência da Câmara dos Deputados na tarde desta quinta-feira (6). O parlamentar ocupou o assento em protesto para denunciar o que chamou de tratamento diferenciado dado pela Mesa Diretora a manifestantes bolsonaristas que invadiram o plenário meses antes.
Durante o ato, a transmissão ao vivo dos trabalhos foi interrompida. Um cinegrafista da GloboNews também foi retirado do plenário pela segurança. A ação ocorreu durante a sessão deliberativa da Casa.
Protesto contra "incoerência" no tratamento
Glauber Braga justificou o protesto ao relembrar episódio ocorrido em março, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiu o plenário. Na ocasião, segundo o deputado, os manifestantes foram retirados de forma branda e "quase de mãos dadas com a Mesa Diretora".
"A diferença de tratamento é gritante", afirmou Braga, em referência ao uso da força policial para removê-lo. O objetivo do ato era destacar a contradição nos procedimentos de segurança adotados pela Mesa, presidida por Arthur Lira (PP-AL).
Cena de força e interrupção da transmissão
Imagens mostram o deputado agarrado à mesa do plenário enquanto agentes da Polícia Legislativa tentavam removê-lo, com a ajuda de colegas parlamentares que tentavam segurá-lo. O momento foi registrado antes da interrupção do sinal de TV e das câmeras web.
A remoção do profissional da GloboNews levantou questionamentos adicionais sobre a conduta da segurança, que impediu a cobertura jornalística do evento.
Crítica ao método de protesto e paralisia legislativa
Analistas políticos veem o episódio como parte de um fenômeno onde a "lentidão da democracia" é transformada em método. A cadeira do presidente, símbolo de comando, tem sido usada como palco para protestos que paralisam os trabalhos.
Especialistas apontam que táticas como a ocupação do assento geram vídeos virais e manchetes, mas pouco avanço em políticas públicas, reforçando a paralisia do Legislativo em um momento de demandas urgentes do país.
Repercussão e próximos passos
O PSOL deve se manifestar oficialmente sobre o caso. A assessoria da Presidência da Câmara informou que a ação da segurança seguiu o regimento interno para manter a ordem dos trabalhos. Não há previsão de sanções disciplinares contra o deputado, mas o episódio deve reacender o debate sobre os limites dos protestos dentro do plenário.
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