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Diplomacia brasileira teve papel central em negociações climáticas da COP30
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Diplomacia brasileira teve papel central em negociações climáticas da COP30

Itamaraty atuou como mediador em impasses sobre combustíveis fósseis até horas finais da conferência

Redação
Redação

21 de novembro de 2025 ·

A diplomacia brasileira exerceu função determinante nas negociações da COP30 em Belém, atuando como mediadora em discussões críticas até o último dia do evento. O embaixador André Corrêa do Lago liderou os trabalhos para destravar impasses, incluindo a tentativa de contornar a retirada do trecho sobre abandono de combustíveis fósseis do texto final.

O Brasil se tornou o centro das discussões climáticas globais ao sediar a conferência, que representa uma das principais bandeiras internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A atuação dos especialistas em relações internacionais foi avaliada como positiva por analistas, mantendo a tradição brasileira de alcançar consensos em fóruns multilaterais.

Histórico de participação em COPs anteriores

Em COP21 na França, o Brasil chegou com propostas concretas e assinou o Acordo de Paris, comprometendo-se a reduzir emissões de CO2 em 37% abaixo dos níveis de 2005 em 20 anos, chegando a 43% em 2030. O país também se comprometeu a reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.

Na preparação para o evento, o então chefe da Divisão de Clima do Itamaraty, ministro Everton Lucero, demonstrou otimismo: "Nós hoje estamos tratando questões como mudança do clima, adaptação, redução de emissões, que são cada vez mais centrais ao processo de desenvolvimento".

Mudança de rumo em 2019

Em 2018, o Brasil oficializou candidatura para sediar a COP25, com o Itamaraty destacando o "papel de liderança mundial do país em temas de desenvolvimento sustentável". Porém, dois meses depois, o então presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou a desistência, citando preocupações com a soberania sobre a região do Triplo A.

Bolsonaro afirmou na época: "Houve participação minha nessa decisão. Ao nosso futuro ministro, eu recomendei para que evitasse a realização desse evento aqui no Brasil". O projeto do Triplo A previa um corredor ecológico de mais de 200 milhões de hectares envolvendo a região amazônica de oito países.

Transição e nova abordagem

Em 2021, meses antes da COP26 em Glasgow, houve a troca do ministro do Meio Ambiente, com a saída de Ricardo Salles e posse de Joaquim Leite. O novo ministro manteve a promessa de cobrar mais de R$ 500 bilhões prometidos por países ricos.

Após a conferência, o Itamaraty emitiu nota afirmando que "os negociadores brasileiros atuaram de forma colaborativa na busca dos consensos possíveis" e que "o Brasil mostrou em Glasgow que é parte da solução para os problemas causados pela mudança do clima".

Contexto histórico da diplomacia climática

A reputação da diplomacia brasileira em negociações climáticas remonta às primeiras COPs, com participação ativa na construção dos principais acordos ambientais. O Itamaraty tradicionalmente adota postura de mediação e construção de pontes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

O corpo diplomático brasileiro é reconhecido internacionalmente por seu conhecimento técnico em questões ambientais e capacidade de negociação em fóruns multilaterais, características que foram determinantes no sucesso da COP30 em Belém.

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