Emissões de metano crescem globalmente à beira do fim da COP30 em Belém
Estudo da ONU revela que Brasil é quarto maior emissor mundial do gás com alto potencial de aquecimento
Às vésperas do encerramento da COP30 em Belém, um relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira (17) mostra que as emissões globais de metano continuam em trajetória de crescimento. O documento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Coalizão para o Clima e o Ar Limpo (CCAC) alerta para a necessidade de implementação de medidas em larga escala para controlar as emissões do gás.
O Brasil aparece como quarto maior emissor de metano do mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Rússia. Segundo levantamento do Observatório do Clima, entre 2020 e 2023 as emissões brasileiras subiram 6%, atingindo o segundo maior volume já registrado na história do país.
Agropecuária lidera emissões no Brasil
No Brasil, a agropecuária responde por 75,6% das emissões de metano, equivalente a 15,7 milhões de toneladas em 2023. Desse total, 98% tiveram origem na pecuária, conforme dados do estudo apresentado durante a conferência climática.
O metano possui potencial de aquecimento 28 vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂) ao longo de um século, embora suas moléculas permaneçam na atmosfera por período mais curto, entre 10 e 20 anos.
Projeções mostram cenário menos pessimista
O Relatório Global sobre o Estado do Metano indica que, apesar do crescimento atual, as projeções para 2030 já são menores que previsões anteriores. Segundo o documento, essa melhora resulta de "combinação de políticas nacionais, regulamentações setoriais e mudanças de mercado".
Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, afirmou que "o metano é um gás de efeito estufa extremamente potente e reduzir suas emissões é uma das formas mais rápidas de frear o aquecimento global".
Compromisso Global do Metano em risco
As emissões crescentes representam desafio para o Compromisso Global do Metano, acordo que tem como objetivo reduzir as emissões do gás em 30% até 2030 em relação aos níveis de 2020. O relatório destaca que apenas com implementação acelerada de medidas será possível atingir a meta.
Especialistas participantes da COP30 alertam que o controle das emissões de metano é crucial para limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris.
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