A euforia que tomou conta da torcida do Flamengo após a vitória por 3 a 1 sobre o Chelsea na fase de grupos do novo Mundial de Clubes da FIFA foi compreensível, mas, no fim das contas, revelou-se um brinde a uma glória passageira. Sim, o time carioca fez uma partida competente, venceu um gigante europeu e deu um momentâneo motivo de orgulho aos seus milhões de apaixonados. Mas a pergunta que fica, agora que a poeira baixou e as luzes do MetLife Stadium se apagaram, é: e daí?
Enquanto o Flamengo se apegava à lembrança de um triunfo que, na prática, serviu apenas para uma classificação que não levou a lugar nenhum, o Chelsea, com a frieza e a eficiência que caracterizam os verdadeiros campeões, seguiu seu caminho. E que caminho. Na grande final, o adversário não era um time em formação ou uma promessa sul-americana, mas o bilionário e estrelado Paris Saint-Germain.
O resultado? Um sonoro e incontestável 3 a 0. Uma aula de futebol que colocou os Blues no topo do mundo. Cole Palmer, com uma atuação de gala, e João Pedro, selando o caixão parisiense, mostraram a diferença entre jogar uma partida e disputar um campeonato. Enquanto o Flamengo celebrava uma "final" particular na fase de grupos, o Chelsea se preparava para a verdadeira decisão.
É inegável o mérito do Flamengo em sua vitória. Foi um resultado histórico para o clube. No entanto, a perspectiva global coloca as coisas em seu devido lugar. Para o Chelsea, o revés para os brasileiros não passou de um percalço, um ajuste de rota. Para o Flamengo, foi o ápice de sua participação.
A provocação, aqui, não é gratuita. Ela serve para uma reflexão sobre o tamanho das ambições. Enquanto no Brasil a vitória sobre um europeu é, por vezes, tratada como um título em si, para os gigantes do velho continente, o único objetivo é o troféu.
A nação rubro-negra pode, com todo o direito, guardar o DVD do jogo contra o Chelsea. Pode relembrar os gols e a alegria daquele dia. Mas, ao fazer isso, talvez seja inevitável dar uma espiada na prateleira de troféus do time inglês e ver a taça do Mundial de Clubes da FIFA de 2025, conquistada com uma vitória avassaladora sobre o PSG. Uma vitória que ecoou pelo planeta bola. Bem mais alto que o grito de "olé" em uma tarde de junho.
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