Entrar
EUA capturam petroleiro venezuelano com 1,9 milhão de barris em operação no Caribe
Mundo

EUA capturam petroleiro venezuelano com 1,9 milhão de barris em operação no Caribe

Ação marca escalada na pressão de Trump sobre Maduro e mira principal fonte de receita do regime chavista.

Redação
Redação

12 de dezembro de 2025 ·

O governo dos Estados Unidos capturou o petroleiro Skipper na costa da Venezuela e anunciou que a embarcação será levada para um porto americano. A carga de cerca de 1,9 milhão de barris de petróleo será confiscada pelas autoridades, em uma operação que intensifica a pressão do presidente Donald Trump sobre o líder venezuelano, Nicolás Maduro.

A captura ocorreu na última quarta-feira (10) e foi confirmada pela Casa Branca na quinta (11). A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que os EUA "têm a intenção de apreender o petróleo" e que seguirão o "processo legal" para isso. A ação representa uma nova frente na ofensiva americana, mirando diretamente a exportação de petróleo, última fonte confiável de receita do regime.

Operação mira rede clandestina de petróleo

A apreensão do Skipper foi ordenada por um juiz americano. O navio, que navegava com uma bandeira falsa da Guiana, já era alvo de sanções dos EUA desde 2022, quando era conhecido como MT/Adisa. Na época, foi acusado de fazer parte de uma rede que traficava petróleo para a Guarda Revolucionária do Irã e o Hezbollah.

Dados de localização mostravam o petroleiro perto da costa da Guiana, realizando manobras em zigue-zague para ocultar sua posição real. Helicópteros do Pentágono sobrevoaram a embarcação e soldados americanos desceram de rapel, interceptando o navio a 600 quilômetros a noroeste do ponto indicado, próximo à costa venezuelana.

Reações e impacto econômico

Nicolás Maduro reagiu à operação, acusando Washington de tentar "roubar" o petróleo venezuelano e afirmando que a tripulação estava "desaparecida". Karoline Leavitt, por sua vez, declarou que o navio passa por um "procedimento de confisco" e que uma equipe de investigação está a bordo interrogando a tripulação.

A ação já causa impacto no mercado clandestino. Pelo menos uma transportadora suspendeu viagens de três navios recém-carregados, totalizando quase 6 milhões de barris do petróleo tipo Merey, principal produto de exportação da Venezuela. Um executivo do setor disse à Reuters que os petroleiros agora aguardam ancorados na costa venezuelana, por segurança.

Contexto de sanções e mercado paralelo

Os Estados Unidos impõem sanções ao petróleo venezuelano desde 2017. Segundo a empresa de inteligência marítima Windward, há cerca de 30 petroleiros sancionados próximos à Venezuela que podem ser alvos de apreensão por usarem bandeiras falsas. Essas embarcações manipulam sistemas de identificação para ocultar suas localizações reais.

Michelle Weise Bockmann, analista sênior da Windward, afirmou à Associated Press que "centenas de petroleiros sem bandeira" têm sido "fonte vital de receitas para regimes como o de Maduro, o Irã e o Kremlin". O mercado clandestino cresceu após os embargos à Rússia em 2022, e Maduro tem usado essa rede para escoar a produção venezuelana.

Dependência do petróleo e próximos passos

Segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec), a Venezuela aumentou a produção em 25% nos últimos dois anos. A commodity responde por 15% do PIB e 80% das exportações totais do país, sendo a China o destino de 80% desse petróleo.

A porta-voz da Casa Branca se negou a comentar operações futuras, mas afirmou que os EUA vão seguir executando as políticas de sanções. Fontes da Reuters indicam que o governo Trump planeja novas capturas de embarcações que transportam petróleo venezuelano, em uma estratégia que pode elevar os custos e riscos de se negociar com Caracas e impactar a estabilidade do regime de Maduro.

Deixe seu Comentário
0 Comentários
🍪

Cookies

Nosso site usa cookies para melhorar a experiência do usuário. Ao usar nossos serviços, vocês concorda com a nossa Política de Cookies.