Mike Lester, ex-engenheiro da NASA com 12 anos de experiência no Centro Espacial Kennedy, revelou em entrevista ao podcast "iG Foi Pro Espaço" como tecnologias desenvolvidas para exploração espacial são adaptadas para uso cotidiano. O especialista em transferência de tecnologia destacou que a agência oferece inovações a empresas e universidades desde os anos 1950.
Entre os exemplos citados está o sensor C-MOSS, tecnologia pioneira da NASA que hoje equipa câmeras digitais e smartphones. "Fomos pioneiros na redução do sensor para pesquisa espacial mantendo alta resolução", afirmou Lester, sugerindo que a popularidade dos celulares deve-se em parte a essas inovações.
Processo de licenciamento
Lester explicou que as patentes da NASA são publicadas em site público, mas exigem acordos de licença para uso comercial. "Empresas precisam de minha aprovação e geralmente pagar pelo direito de uso", detalhou o ex-engenheiro, que criou uma licença de avaliação gratuita para universidades.
O principal desafio, segundo ele, é a falta de conhecimento sobre as tecnologias disponíveis. Durante seu tempo na agência, Lester viajou pela Flórida para divulgar o programa junto à comunidade empresarial.
Educação espacial
Após aposentadoria, Lester co-fundou a KSCIA International Space Academy, focada em educação STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). A iniciativa surgiu após visita a escolas públicas brasileiras, onde identificou necessidade de programas práticos.
"Estamos na quarta revolução industrial, impulsionada por STEM", afirmou Lester, destacando oportunidades no setor espacial comercial, dominado por empresas como SpaceX e Blue Origin. A academia oferece imersões com visitas a instalações da NASA na Flórida.
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