Executiva do União Brasil oficializa expulsão do ministro Celso Sabino
Decisão ocorreu após ministro desrespeitar ordem da cúpula partidária para deixar o governo Lula.
A Executiva Nacional do União Brasil oficializou, nesta segunda-feira (8), a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino. A decisão, tomada em votação secreta com 24 votos favoráveis, acatou o parecer do Conselho de Ética do partido, que no dia 25 de novembro havia decidido pela expulsão do ministro e pela dissolução do diretório estadual do Pará, presidido por ele.
Os dirigentes da legenda entenderam que Sabino cometeu infidelidade partidária ao não cumprir a ordem de deixar o Ministério do Turismo. A cúpula do União Brasil havia estipulado um prazo para que o ministro se desincompatibilizasse do cargo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decisão que não foi atendida.
Defesa do ministro e críticas à decisão
Sabino, que acompanhou a reunião de forma remota, se manifestou após a votação. Em publicação em rede social, ele classificou a decisão da Executiva Nacional como "equivocada e injusta". O ministro argumentou que o diretório do Pará, do qual era presidente, não cometeu nenhuma infração regimental que justificasse uma intervenção.
"Eu digo até que foi uma decisão absurda, porque o diretório do Pará foi eleito regimentalmente, seguindo todas as regras do partido", afirmou Sabino. Ele criticou a forma da intervenção, alegando que o normal seria o primeiro vice-presidente assumir, e não uma "intervenção de cima para baixo".
Futuro político e permanência no governo
Sobre sua expulsão, o ministro vinculou a decisão à sua opção de permanecer no governo federal. "Ela se deu porque eu decidi continuar ajudando Pará e o Brasil, trabalhando no Ministério do Turismo", declarou. Em um vídeo, Sabino reafirmou seu compromisso com o projeto do presidente Lula, citando a redução do desemprego e o aumento da massa salarial.
Celso Sabino é deputado federal licenciado pelo Pará e tem planos de disputar uma vaga no Senado pelo estado. Ele acredita que o apoio de Lula e a visibilidade proporcionada pelas ações ligadas à COP30, realizada em Belém no mês passado, podem fortalecer sua candidatura.
Contexto partidário e consequências jurídicas
Sabino estava filiado ao União Brasil desde 2021 e ocupava cargos de comando na sigla, incluindo a presidência do diretório estadual do Pará e um assento na executiva nacional. Ele foi eleito deputado federal em 2022 e licenciou-se do mandato para assumir o ministério.
De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ter sido expulso pela direção partidária, Sabino não perderá seu mandato parlamentar e estará apto a se filiar a outra legenda.
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