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Irmã de vítima de feminicídio no CEFET cobra autoridades em ato na orla do Rio

Irmã de vítima de feminicídio no CEFET cobra autoridades em ato na orla do Rio

Manifestação em Copacabana reuniu familiares e sobreviventes para exigir políticas públicas contra a violência de gênero.

Redação
Redação

7 de dezembro de 2025 ·

Um ato público em memória de vítimas de feminicídio reuniu centenas de pessoas na Avenida Atlântica, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, neste domingo (7). A manifestação, que interditou parcialmente a via na altura do Posto 5, foi marcada por discursos emocionados de familiares e sobreviventes, que cobraram respostas das autoridades e das instituições.

O protesto, organizado por movimentos de defesa dos direitos das mulheres, começou ocupando as calçadas. Com o aumento do público, que chegou a correr risco ao se aproximar da pista de veículos, os organizadores negociaram com a Polícia Militar o fechamento de uma faixa da avenida para garantir a segurança dos participantes. O trânsito foi desviado para as ruas Barata Ribeiro e Ria Sá Ferreira.

Discurso de dor e cobrança

O momento mais impactante do ato foi o discurso de Alline de Souza Pedrotti, irmã de Alane, uma das vítimas do duplo feminicídio ocorrido dentro do CEFET Maracanã (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca). Ao seu lado estava o irmão de Laíze, assassinada no mesmo dia, no mesmo local e pelo mesmo autor, que preferiu não falar publicamente.

Visivelmente emocionada, Alline dirigiu-se diretamente ao governo federal. "Eu venho aqui agora perguntar onde estão os ministérios da Mulher e da Educação. Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, eu votei em você", afirmou, cobrando a criação de novas políticas públicas e mudanças na legislação para prevenir a violência contra a mulher.

Acusações de omissão institucional

Em sua fala, Alline fez uma acusação grave contra a direção da instituição de ensino onde o crime ocorreu. "A diretoria do Cefet Maracanã está sendo omissa, como foi ao permitir que a minha irmã e a Laíze fossem assassinadas pelas mãos de um funcionário do próprio Cefet", declarou.

Ela destacou que o crime "devastou as nossas vidas e as nossas famílias" e conclamou a união de todos os presentes. "Conto aqui com a união de todas, todos e todes vocês, para não deixar essa luta passar. É pela vida de todas as mulheres: mulheres cis e mulheres trans", finalizou.

Contexto do crime e busca por respostas

O feminicídio das duas jovens dentro das dependências do CEFET Maracanã chocou a cidade no momento em que ocorreu, levantando questões sobre segurança e protocolos em instituições públicas. A programação do ato incluiu abertura com bateria, banda e palavras de ordem, seguida por uma série de depoimentos de mulheres que sobreviveram à violência e representantes de coletivos feministas.

O Portal iG tentou contato com a direção do CEFET para obter um posicionamento sobre as acusações feitas durante o protesto, mas não obteve resposta até a conclusão desta reportagem. A manifestação seguiu na orla de Copacabana com a via parcialmente interditada enquanto os depoimentos continuavam sendo feitos no carro de som.

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