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Jovem australiana de 25 anos com doença terminal opta por morte assistida
Boletim Diário

Jovem australiana de 25 anos com doença terminal opta por morte assistida

Annaliese Holland sofre de ganglionopatia autonômica autoimune rara e já sobreviveu a 25 episódios de sepse

Redação
Redação

20 de novembro de 2025 ·

Uma jovem australiana de 25 anos, Annaliese Holland, decidiu recorrer à Morte Assistida Voluntária (MAV) após anos convivendo com uma doença neurológica rara e terminal. Ela foi diagnosticada aos 18 anos com ganglionopatia autonômica autoimune, condição em que o sistema imunológico ataca os gânglios responsáveis por funções involuntárias do corpo.

A decisão foi tomada após os médicos informarem, aos 22 anos, que sua doença era terminal. "Eu estava tão miserável. Há momentos bons no meu dia, mas eles são exaustivos e longos. Vivo com uma dor crônica debilitante", contou Holland ao jornal australiano News.com.au.

Doença rara e tratamentos agressivos

Annaliese Holland enfrentava internações constantes desde a infância, com médicos tentando identificar a causa de dores crônicas, náuseas e vômitos persistentes. Há dez anos, ela depende de alimentação intravenosa através de nutrição parenteral total, fornecida diretamente na corrente sanguínea.

Segundo o News.com.au, o procedimento é altamente arriscado - infecções podem evoluir rapidamente para sepse. Holland já sobreviveu a esta condição 25 vezes.

Complicações severas do tratamento

Os medicamentos necessários para seu tratamento agravaram seu estado de saúde, provocando osteoporose severa, quatro fraturas na coluna, fratura no esterno e pressão perigosa sobre o coração e os pulmões. Seu intestino se comportava como se estivesse bloqueado, apesar de não haver obstrução física.

"Minha rotina é acordar, tomar os remédios, lidar com a dor e tentar chegar ao fim do dia para repetir tudo de novo. Eu disse à minha equipe médica que não quero mais isso", explicou a jovem.

Impacto na vida pessoal e familiar

Annaliese passou os aniversários de 18 e 21 anos no hospital. Enquanto amigos se casam e formam famílias, ela descreve: "A vida de todo mundo anda, e eu estou presa. Não estou vivendo, estou sobrevivendo."

A decisão pela morte assistida abalou profundamente sua família. Sua mãe, Armanda, admite ainda ter esperança de um milagre, embora reconheça a gravidade do quadro clínico da filha.

Aprovação do procedimento

Após três semanas de avaliação, Holland foi aprovada para o programa de MAV. "Parece estranho estar feliz, mas chorei de alegria quando soube", revelou ao jornal local. A lei australiana de Morte Assistida Voluntária permite que cidadãos elegíveis solicitem assistência médica para encerrar a vida.

O News.com.au não informou se há data ou previsão definida para a realização do procedimento. A jovem afirma querer "morrer em seus próprios termos", após anos de dor e sofrimento contínuos.

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