Justiça condena homem a mais de 20 anos por duplo homicídio por dívida de R$ 1,50

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) condenou Marcelo de Souza Lins a mais de 20 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio e tentativa de homicídio. O motivo foi uma dívida de R$ 1,50. A sentença foi proferida na última semana, em sessão virtual, 21 anos após os fatos ocorridos em 2003. O réu já se encontra preso em São Paulo por participação em um assalto.

O crime aconteceu na madrugada do dia 21 de junho de 2003, na Praça de Eventos de Satuba, cidade da Região Metropolitana de Maceió, durante os festejos juninos. O caso ficou conhecido como "Massacre da Praça Central".

O que levou ao crime

Na época, Marcelo de Souza Lins era dono de um pequeno estabelecimento comercial em Satuba. Uma das vítimas, Edilson Clemente, pediu ao sobrinho que fizesse uma compra no local, no valor de R$ 11,50. Ao pagar com uma nota de R$ 50, a irmã do réu, Clívia, informou não ter troco. Edilson então entregou uma nota de R$ 10 e disse que pagaria os R$ 1,50 restantes depois.

Informado sobre a situação, Marcelo se dirigiu até a praça, acompanhado da irmã. "Instantes depois da saída da Barraca do Marcelo, mais precisamente no canteiro da Praça de Eventos de Satuba/AL, surgiu rapidamente o MARCELO (indiciado), o qual estava acompanhado da irmã dele de prenome CLÍVIA, daí ela apontou na direção do EDILSON, e sem nenhuma motivação, o MARCELO sacou uma arma de fogo (...) deflagrou vários disparos", descreve trecho do depoimento de uma testemunha, conforme o processo.

Vítimas fatais e feridos

Os disparos atingiram cinco pessoas. Edmilson Clemente e Fernando Clemente Lisboa foram mortos. Edilson Clemente, Eliane da Conceição Souza e Anderson Francisco de Melo ficaram feridos, mas sobreviveram, de acordo com as informações do processo.

Contexto e próximos passos

A condenação ocorreu após longo trâmite processual. A defesa de Marcelo de Souza Lins ainda pode recorrer da decisão em instâncias superiores. O caso é um exemplo extremo de violência por motivos fúteis e permanece na memória da comunidade de Satuba, que acompanhou o desfecho da ação penal mais de duas décadas depois.