Lula afirma a Trump que América Latina é "zona de paz" e rejeita guerra
Presidente brasileiro revelou conversa telefônica de 40 minutos com mandatário americano sobre tarifas e crime organizado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11) que disse ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não quer guerra na América Latina. A declaração foi feita em um contexto de crescente tensão entre os EUA e a Venezuela, com movimentação militar americana no Caribe.
“Eu falei ao Trump, ‘nós não queremos guerra na América Latina, nós somos uma zona de paz’”, disse Lula. O Palácio do Planalto havia divulgado na semana passada que os dois presidentes conversaram por telefone por cerca de 40 minutos, tratando de assuntos como o tarifaço e o combate ao crime organizado.
Contexto de tensão regional
Desde agosto, a tensão entre Estados Unidos e Venezuela vem aumentando. O governo Trump tem posicionado sua força militar no mar do Caribe, com porta-aviões, caças e navios de guerra, alegando que o objetivo é o combate ao narcotráfico. A movimentação é vista internacionalmente como pressão ao regime do presidente Nicolás Maduro.
O presidente brasileiro tem defendido que os Estados Unidos dialoguem com polícia e ministérios da Justiça de outros países como parte de uma estratégia regional de paz e estabilidade. “Se o mundo virar uma terra sem lei, vai ficar muito difícil”, afirmou Lula em outra ocasião.
Diálogos paralelos por paz
Na semana passada, Lula também conversou com o presidente da Venezuela sobre “paz na América do Sul e no Caribe”, segundo confirmou o Palácio do Planalto. A ligação, que não constou da agenda oficial de Lula, foi um “telefonema rápido, acertado entre as duas partes”.
Esta não é a primeira vez que Lula se posiciona como mediador. Em outubro, o presidente brasileiro já havia se oferecido para mediar um diálogo entre Estados Unidos e Venezuela. O assunto também foi abordado na conversa entre Lula e Trump durante a 47ª Cúpula da ASEAN na Malásia.
Próximos passos e estratégia
O Planalto não detalhou os próximos passos concretos após as conversas, mas reafirmou o compromisso do governo brasileiro com uma solução diplomática para as tensões na região. A posição de Lula reforça a tradição da política externa brasileira de defesa da solução pacífica de controvérsias e da não-intervenção.
O contexto futuro permanece incerto, com a persistência da postura militar americana no Caribe e a crise política e humanitária na Venezuela, fatores que continuam a desafiar a estabilidade regional.
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