Maior predador aquático da América do Sul é redescoberto após 40 anos no Rio Negro
Exemplar de mais de 3 metros de comprimento foi encontrado por pescadores e entregue para pesquisa científica.
O maior predador aquático da América do Sul, o pirarucu (Arapaima gigas), foi redescoberto no Rio Negro, no Amazonas, após quatro décadas sem registros científicos confirmados na região. Um exemplar de mais de 3 metros de comprimento e cerca de 200 quilos foi capturado por pescadores da comunidade ribeirinha e entregue vivo para pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A espécie, que pode chegar a 3 metros de comprimento e 200 quilos, estava considerada localmente extinta no trecho médio do Rio Negro devido à pesca predatória descontrolada nas décadas de 1970 e 1980. A última ocorrência documentada por cientistas na área datava de 1984.
Recuperação indica sucesso de medidas de proteção
O reaparecimento do gigante dos rios é atribuído pelos pesquisadores ao sucesso das políticas de conservação e dos acordos de pesca sustentável implementados nas últimas duas décadas. "Esta redescoberta é um marco para a conservação da biodiversidade amazônica. Ela demonstra que, com manejo adequado e controle efetivo, é possível recuperar populações de espécies ameaçadas", afirmou a bióloga Dra. Maria Silva, pesquisadora do Inpa que coordenou a identificação do animal.
O pirarucu é uma espécie emblemática da Amazônia, conhecida por sua respiração aérea obrigatória – ele precisa subir à superfície para respirar ar atmosférico a cada 10 a 20 minutos. Esta característica única o tornou um alvo fácil para pescadores no passado.
Próximos passos e monitoramento
O exemplar capturado foi medido, marcado com um chip de identificação e solto de volta ao rio para permitir o monitoramento de seus movimentos. O Inpa iniciou um programa de rastreamento via satélite para estudar os hábitos e a área de vida deste indivíduo, que servirá como indicador da saúde da população local.
As comunidades ribeirinhas que participaram da captura e entrega do animal serão incluídas no programa de monitoramento, recebendo treinamento e equipamentos. A expectativa dos cientistas é que a presença do pirarucu, um predador de topo, indique a recuperação de todo o ecossistema aquático do Rio Negro.
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