Moraes libera para julgamento ação penal contra cinco réus do caso Marielle Franco
Ministro do STF pede data para sessão presencial da Primeira Turma, que só deve ocorrer em 2026 devido ao recesso do tribunal.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para julgamento a ação penal que acusa cinco réus de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pela Agência Brasil.
Moraes pediu ao presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Flávio Dino, que marque uma sessão presencial para o julgamento. Devido ao recesso do STF, iniciado em 19 de dezembro e que vai até 1º de fevereiro, a sessão só deve ocorrer em 2026.
Quem são os acusados
Respondem à ação o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão; o ex-deputado federal Chiquinho Brazão; o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa; o major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula; e o ex-policial militar Robson Calixto, que atuava como assessor de Domingos Brazão. Todos os cinco réus permanecem presos preventivamente.
Papel de cada um, segundo as investigações
De acordo com a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou ter efetuado os disparos, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa teriam atuado como mandantes do crime. A investigação da Polícia Federal (PF) aponta que Barbosa teria participado dos preparativos da execução.
O major Ronald Alves de Paula, segundo a PF, monitorou a rotina da vereadora e repassou as informações ao grupo. Já Robson Calixto teria entregue a arma usada no crime a Ronnie Lessa.
Motivação do crime
Os investigadores afirmam que o assassinato estaria relacionado ao posicionamento político de Marielle Franco, contrário aos interesses do grupo ligado aos irmãos Brazão. O grupo mantinha influência em disputas fundiárias em áreas controladas por milícias na zona oeste do Rio de Janeiro.
Nos depoimentos prestados durante o inquérito, todos os réus negaram qualquer envolvimento no assassinato.
O caso completará oito anos em março de 2025, sem data concreta para o início do julgamento no plenário do STF. A defesa dos acusados já havia protocolado pedidos de absolvição, alegando falta de provas.
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