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Movimento nacional ocupa ruas do Brasil em protesto contra violência de gênero
Política

Movimento nacional ocupa ruas do Brasil em protesto contra violência de gênero

Manifestações em diversas capitais exigem políticas públicas efetivas e criminalização da misoginia.

Redação
Redação

7 de dezembro de 2025 ·

Neste domingo (7), o Movimento Nacional Levante Mulheres Vivas realizou atos simultâneos em diversas cidades brasileiras. As manifestações foram convocadas em resposta ao aumento alarmante de casos de violência contra a mulher e feminicídios registrados nas últimas semanas no país.

No Rio de Janeiro, a mobilização se concentrou no Posto 5, em Copacabana, Zona Sul, a partir das 14h. O evento contou com a presença de artistas e diversas atividades, reunindo centenas de participantes que ocuparam as ruas para protestar.

Dados alarmantes e urgência da mobilização

A representante do Levante Feminista contra o feminicídio, lesbicídio e transfeminicídio, Marta Moura, explicou ao Portal iG a motivação urgente do ato. "A gente se somou ao Levante Mulheres Vivas. Foi um chamado que aconteceu espontaneamente, com muita urgência essa semana, justamente, por causa dos fatos recentes [feminicídio] do mês de dezembro", afirmou.

Moura destacou os números preocupantes da violência de gênero: "Esse ano, os número estão muito mais altos. Antes de novembro, a gente já tinha mil casos no Brasil todo. O Brasil ocupa o quinto lugar no mundo no ranking de feminicídio. A cada seis horas, morre uma mulher".

Luta por políticas públicas efetivas

Além de ocupar as ruas, o movimento tem como foco central a pressão por mudanças legislativas e políticas preventivas. "A gente precisa criar políticas que nos resguardem e que sejam efetivas. O racismo já é lei, a homofobia já é lei e a gente está batalhando para que a misoginia seja criminalizada, mas que as leis realmente funcionem", ressaltou Marta Moura.

Ela enfatizou a importância da presença física nos protestos: "A gente conseguiu vir para a rua com os nossos corpos. É uma luta que a gente precisa se colocar mesmo, ocupar a rua, não só as redes".

Conscientização e fim da naturalização

Presente na manifestação no Rio, a historiadora Angélica Ricci abordou a necessidade de combater a naturalização da violência. "Muitas mulheres foram silenciadas, foram caladas, ainda estão e, agora, a gente tem mais informação. A gente tem que juntar nossas forças e lutar, educar as crianças assim (...) atos de conscientização são importantes. A gente tem que lutar pela nossa vida e, assim, parar de neutralizar essa violência de gênero", declarou.

Abragência nacional do protesto

Os atos ocorreram em horários e locais variados em todo o país. Em São Paulo (SP), a concentração foi às 14h no Vão do Masp. Em Brasília (DF), o protesto começou às 10h na Feira da Torre de TV. Outras capitais como Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Manaus (AM), São Luís (MA) e Teresina (PI) também registraram mobilizações ao longo do dia, demonstrando a capilaridade do movimento.

O Levante Mulheres Vivas surge como uma resposta coletiva e organizada da sociedade civil à escalada da violência, buscando transformar o luto em luta e pressionar por ações concretas do poder público.

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