Pesquisa revela que COP30 não gerou interesse turístico por Belém entre brasileiros
Estudo mostra que 86% dos entrevistados afirmam que evento climático não alterou intenção de conhecer capital paraense.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Real Time Big Data revela que a Conferência do Clima da ONU (COP30), realizada em Belém, não conseguiu despertar o interesse turístico dos brasileiros pela capital paraense. O estudo aponta que a grande maioria dos entrevistados não considerava a cidade como destino antes do evento e que a visibilidade internacional não alterou essa percepção.
O levantamento, coordenado pelo consultor eleitoral Wilson Pedroso, colunista do Portal IG, mostra que 88% dos brasileiros não pensavam em viajar para Belém antes da COP30. Após a realização da conferência, 87% continuam sem planos de visita, indicando um impacto marginal na atratividade turística da cidade.
Exposição global não muda percepção do público
Quando questionados especificamente sobre o impacto da COP30, 86% dos entrevistados afirmaram que o evento não alterou em nada sua intenção de viajar para Belém. Apenas 9% disseram que a conferência aumentou a vontade de conhecer o destino, enquanto 5% declararam que diminuiu o interesse.
“O dado reforça um ponto importante: grandes eventos, por si só, não necessariamente transformam a imagem de uma cidade”, analisa o estudo. A percepção do turista é construída a partir de fatores mais profundos e estruturais.
Principais barreiras para o turismo em Belém
A pesquisa também investigou os motivos para a falta de interesse. O principal obstáculo citado foi a distância e dificuldade logística, mencionada por 28% dos entrevistados. Em seguida, aparece o custo da viagem, com 27%.
Outros fatores relevantes incluem falta de interesse geral (14%), percepções de sujeira, degradação e desorganização urbana (9%) e a pobreza (6%). Questões como infraestrutura turística insuficiente, clima e estética da cidade também foram lembradas.
O que atrai a minoria interessada
Entre os 13% que demonstram vontade de visitar Belém, os motivos são majoritariamente tradicionais. O principal fator é a presença de amigos e parentes (20%), seguido por cultura, arquitetura e história (12%), religiosidade do Círio de Nazaré (11%), culinária (11%) e Floresta Amazônica (9%).
A COP30 foi lembrada como motivação por uma parcela pequena, com influência menor quando comparada aos fatores socioculturais e naturais já associados ao Pará.
Diagnóstico para gestores e planejadores
O estudo conclui que, para transformar visibilidade internacional em fluxo turístico, Belém precisa enfrentar desafios estruturais centrais. “Logística, infraestrutura, comunicação e atratividade cultural ampliada” devem ocupar a agenda, segundo a pesquisa.
O levantamento foi realizado pelo Real Time Big Data, instituto fundado em 2015 pelo cientista político Bruno Soller. Em 2024, o sócio estrategista Wilson Pedroso passou a integrar a empresa, marcando uma nova fase de atuação.
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