PF investiga suposto desvio de R$ 100 milhões da saúde de Alagoas em contratos emergenciais
Operação Estágio IV cumpriu mandados e apura esquema de lavagem de dinheiro com imóveis de luxo e viagens internacionais.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (16) a Operação Estágio IV para investigar um suposto esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau). Foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão no estado.
As investigações apontam para indícios de favorecimento em contratos emergenciais firmados pela Sesau entre 2023 e 2025 com duas empresas. Segundo a PF, esses contratos somam aproximadamente R$ 100 milhões e teriam gerado pagamentos de vantagens indevidas aos investigados.
Esquema de desvio do SUS e lavagem de dinheiro
Além dos contratos, a PF apura o desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do ressarcimento superfaturado de consultas e procedimentos médicos que não teriam ocorrido. Esse montante soma mais R$ 18 milhões.
"Parte desses recursos foi destinada a integrantes do grupo criminoso por meio de transferências bancárias, saques em espécie e pagamentos indiretos, configurando sofisticado esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial", afirmou a PF em nota.
Bens de luxo adquiridos com dinheiro público
O inquérito identificou que os valores desviados eram usados para custear viagens internacionais e gastos pessoais dos investigados. Imóveis adquiridos pelo grupo foram registrados em nome de terceiros.
Entre os bens está uma pousada em Porto de Pedras (AL), comprada em 2023 pelo valor de R$ 5,7 milhões, pago por empresários beneficiados pelo esquema, segundo a polícia.
Medidas cautelares e apreensões
A operação resultou na aplicação de diversas medidas cautelares alternativas expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), incluindo a suspensão do exercício de função pública por 180 dias para um dos investigados.
Nas buscas, foram apreendidas quantidades expressivas de dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira, além de duas armas de fogo.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço para manifestação segue aberto.
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