Em 15 de agosto de 1977, o astrônomo Jerry Ehman analisava dados do radiotelescópio Big Ear, nos EUA, quando encontrou um sinal tão incomum que escreveu "Wow!" ao lado. O registro durou 72 segundos na frequência de 1.420 MHz (linha do hidrogênio) e nunca mais foi detectado, tornando-se um dos maiores enigmas da astronomia.
Quase cinco décadas depois, cientistas ainda debatem se o fenômeno foi causado por uma nuvem de hidrogênio brilhante ou seria uma possível mensagem alienígena. O caso inspirou obras como o filme "Contato" e a série "O Problema dos 3 Corpos".
As teorias em disputa
João Fonseca, físico e ex-diretor do Planetário Ibirapuera, explica que as principais hipóteses são:
1. Fenômeno natural: Evento energético raro em nuvem de hidrogênio frio, com características atípicas mas não impossíveis na natureza.
2. Origem artificial: Padrão incomum que coincide com a frequência esperada para transmissões interestelares, levantando suspeitas de inteligência extraterrestre.
Características únicas
O sinal apresentou intensidade 30 vezes acima do ruído cósmico e seguiu exatamente o padrão esperado para uma transmissão artificial:
- Frequência de 1.420 MHz (linha do hidrogênio neutro)
- Banda estreita (menos de 10 kHz)
- Origem na direção da constelação de Sagitário
Busca infrutífera
Mais de 100 tentativas de redetecção foram realizadas, incluindo pelo projeto SETI. Em 2017, astrônomos sugeriram que um cometa poderia explicar o fenômeno, mas a teoria foi descartada - os objetos não estavam na área observada.
O mistério permanece como um dos casos mais intrigantes da radioastronomia, mantendo viva a discussão sobre vida inteligente no universo. Novas tecnologias como o telescópio SKA (Square Kilometer Array) podem ajudar a resolver o enigma.
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