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TJDFT promove juiz a desembargador e rejeita lista exclusiva feminina proposta pelo CNJ
Boletim Diário

TJDFT promove juiz a desembargador e rejeita lista exclusiva feminina proposta pelo CNJ

Corte manteve critérios técnicos em decisão que ignorou recomendação do Conselho Nacional de Justiça para ações afirmativas

Redação
Redação

25 de junho de 2025 ·

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) promoveu nesta terça-feira (24) o juiz substituto de segundo grau Demetrius Gomes Cavalcanti ao cargo de desembargador, em votação simbólica que obteve 22 votos favoráveis. A vaga foi aberta com o falecimento do desembargador J. J. Costa Carvalho.

A decisão desconsiderou ofício da conselheira Renata Gil, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que defendia a formação de lista tríplice exclusivamente feminina como política de ação afirmativa. O tribunal optou por manter critérios técnicos de merecimento na seleção.

Contexto da polêmica

O Comitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário, vinculado ao CNJ e coordenado por Renata Gil, havia encaminhado recomendação ao presidente do TJDFT, desembargador Waldir Leôncio Júnior. O documento sugeria o preenchimento da vaga por uma juíza de 2º Grau para atender à política de alternância de gênero.

"O Tribunal Pleno decidiu pela formação de lista mista", afirmou a corte em nota oficial, acrescentando que a promoção seguiu "especialmente o critério de merecimento". A lista tríplice final foi composta exclusivamente por homens.

Justificativa da corte

Os desembargadores argumentaram que a nomeação da desembargadora Sandra Reves em 2023, ainda que por antiguidade, já teria atendido ao critério de representatividade de gênero. A maioria entendeu que fatores como "experiência, capacidade e antiguidade" deveriam prevalecer sobre recomendações externas.

Esta é a segunda vez em 12 meses que o TJDFT decide contrariamente a recomendações do CNJ sobre políticas de gênero no preenchimento de vagas no tribunal. Em 2023, a corte havia aprovado resolução interna estabelecendo critérios objetivos para promoções.

Atualmente, mulheres representam 28% do quadro de desembargadores do TJDFT, percentual acima da média nacional de 22% registrada pelo CNJ em 2024. O tribunal não informou quando o novo desembargador assumirá oficialmente o cargo.

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