O vaginismo, condição que causa dor intensa ou impossibilidade de penetração vaginal, afeta aproximadamente 20% das mulheres, segundo pesquisa australiana. Caracterizado pela contração involuntária dos músculos pélvicos, o distúrbio permanece pouco discutido, embora seu diagnóstico e tratamento sejam relativamente simples.
Impacto físico e emocional
Dados do serviço de Medicina Sexual do Monash Health revelam que 60% das pacientes com dor durante relações sexuais sofrem de vaginismo, sendo que 45% convivem com o problema há mais de cinco anos. "É como bater em uma parede de tijolos", descrevem as afetadas, que frequentemente desenvolvem ansiedade, depressão e conflitos conjugais.
Estudo não publicado (2019) mostrou que 57% das atendidas na clínica especializada apresentavam dor sexual, sendo que 1 em 5 casos persistia por uma década ou mais. A condição inibe a formação de novos relacionamentos, com pacientes relatando evitação de encontros por vergonha.
Tipos e causas multifatoriais
Especialistas diferenciam o vaginismo primário (desde a primeira tentativa de penetração) do secundário (que surge após experiências sexuais sem dor). Fatores desencadeantes incluem:
- Traumas físicos ou emocionais
- Tabus religiosos/culturais
- Infecções como candidíase
- Endometriose e cirurgias pélvicas
- Problemas conjugais e falta de excitação
Abordagem terapêutica
O tratamento eficaz combina fisioterapia pélvica, acompanhamento psicológico e educação sexual. "Aprender a relaxar a musculatura é fundamental", explica Anita M. Elias, da Universidade Monash. Pacientes são orientadas a interromper práticas dolorosas durante a terapia, que inclui:
- Exercícios de controle muscular
- Tratamento de condições médicas subjacentes
- Terapia para ansiedades relacionadas
- Exploração de prazer não penetrativo
Profissionais de saúde recomendam procurar ginecologistas, fisioterapeutas pélvicos ou sexólogos especializados. O diagnóstico é clínico, com exames realizados apenas quando a paciente se sente preparada.