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Aromaterapia: benefícios comprovados e riscos do uso de óleos essenciais

Aromaterapia: benefícios comprovados e riscos do uso de óleos essenciais

Estudo científico aponta eficácia para ansiedade, mas alerta para toxicidade e interações medicamentosas.

Redação
Redação

10 de dezembro de 2025 ·

A aromaterapia, prática que utiliza óleos essenciais extraídos de plantas para promover bem-estar, ganha respaldo científico para o alívio da ansiedade, mas especialistas alertam para riscos significativos se usada sem orientação. A técnica, que pode ser aplicada por inalação, massagem ou difusão ambiental, não deve substituir tratamentos médicos convencionais.

Um estudo publicado no periódico Complementary Therapies in Clinical Practice comprovou que a inalação de óleo essencial de lavanda reduziu significativamente os níveis de ansiedade em pacientes prestes a passar por cirurgias odontológicas. Outras pesquisas indicam potencial para alívio de náuseas e melhora na qualidade do sono.

Mecanismos de ação e aplicações

Os efeitos ocorrem porque as moléculas aromáticas, inaladas, atingem diretamente o sistema límbico no cérebro, região responsável pelas emoções e memória. "Os cheiros têm um poder muito grande de ativar memórias e sensações", explica a aromaterapeuta Sâmia Maluf, fundadora da By Samia Aromaterapia. Para o uso seguro, ela recomenda a compra de óleos 100% puros, de marcas idôneas, e destaca que óleos essenciais nunca devem ser ingeridos sem supervisão de um profissional qualificado.

A aplicação tópica exige diluição em um óleo carreador, como óleo de amêndoas ou de semente de uva, para evitar irritações e queimaduras na pele. A inalação direta do frasco ou por difusores ultrassônicos são os métodos mais seguros para uso doméstico.

Riscos e contraindicações exigem cautela

Apesar dos benefícios, os perigos são reais. A toxicologista e professora da Unicamp, Kathleen Coelho, adverte: "O óleo essencial é uma forma concentrada da planta. Se a planta tem uma substância tóxica, no óleo essencial ela estará muito concentrada". Ela cita o exemplo do óleo de hortelã-pimenta, que pode causar convulsões em crianças pequenas.

Grávidas, epilépticos, pessoas com problemas hepáticos, crianças e pets demandam atenção redobrada. Alguns óleos, como os cítricos (limão, laranja), são fotossensibilizantes e não devem ser usados na pele antes da exposição solar. Além disso, podem ocorrer interações com medicamentos, potencializando ou anulando seus efeitos.

Contexto e regulamentação

A aromaterapia é considerada uma prática integrativa e complementar pelo SUS, mas sua regulamentação como profissão específica ainda é um debate no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica os óleos essenciais como cosméticos, o que limpa a exigência de comprovação de eficácia terapêutica rigorosa antes da comercialização. Isso transfere a responsabilidade do uso informado e seguro para o consumidor.

Diante do crescimento do mercado, a orientação unânime é buscar profissionais com formação reconhecida, como aromaterapeutas ou farmacêuticos, e sempre informar ao médico sobre o uso de qualquer óleo essencial, principalmente se estiver em tratamento de saúde contínuo.

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