Congresso derruba vetos de Lula ao PL do Licenciamento Ambiental
Projeto facilita empreendimentos de médio impacto e amplia licença por adesão sem análise prévia
O Congresso Nacional derrubou nesta sexta-feira (28/11) os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei 3729/2004, conhecido como PL do Licenciamento Ambiental. A medida ocorre menos de uma semana após o término da COP30, conferência climática da ONU realizada em Belém, no Pará.
Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articularam a votação que resultou na aprovação da derrubada por 295 a 167 na Câmara e 52 a 15 no Senado. O governo federal havia vetado 32 dispositivos do texto aprovado pelo Congresso em 2021.
Principais mudanças na legislação ambiental
Entre os pontos restaurados está a simplificação do licenciamento para atividades de médio potencial poluidor e a ampliação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC). Este mecanismo dispensa a análise prévia de impacto ambiental quando há compromisso assumido pelo empreendedor.
O projeto também facilita empreendimentos de alto risco, como barragens de rejeitos, e dificulta a definição e proteção de territórios indígenas, quilombolas e unidades de conservação ambiental.
Contexto político e reações
A derrubada dos vetos surpreendeu o governo Lula, que esperava uma derrota menor. A articulação de Motta e Alcolumbre demonstra superação da fase de "recados" ao Planalto e entrada em conflito aberto, segundo analistas políticos.
As motivações incluem disputas por emendas parlamentares, temor de avanço em operações policiais e indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento ocorre após anúncios governamentais como a nova faixa de isenção do Imposto de Renda.
Impactos e próximos passos
Com a derrubada dos vetos, o texto original aprovado pelo Congresso em 2021 volta a valer integralmente. Ambientalistas classificam as mudanças como retrocessos na legislação ambiental brasileira, enquanto setores empresariais comemoram a desburocratização.
O governo federal avalia medidas jurídicas e políticas para contornar os efeitos da nova legislação, que deve influenciar investimentos em infraestrutura e setores como mineração, agronegócio e energia.
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