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Deputado Glauber Braga é retirado à força após ocupar mesa da Câmara em protesto
Política

Deputado Glauber Braga é retirado à força após ocupar mesa da Câmara em protesto

Parlamentar do PSOL reagiu à pauta de análise da cassação de seu mandato, aprovada pelo Comitê de Ética por agressão.

Redação
Redação

9 de dezembro de 2025 ·

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força por policiais legislativos da mesa diretora da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (9). A ação foi um protesto contra a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de incluir na pauta de quarta-feira (10) a análise da cassação do mandato do parlamentar.

O caso se refere a uma denúncia de agressão física contra o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, ocorrida dentro das dependências do Congresso em abril de 2024. O Comitê de Ética da Câmara já aprovou um parecer recomendando a cassação, e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) negou um recurso apresentado por Braga.

Protesto interrompe sessão e gera confusão

Diante da recusa do deputado em deixar a mesa, os policiais legislativos começaram a esvaziar o plenário. A TV Câmara interrompeu a transmissão ao vivo do ocorrido, e a imprensa presente também foi retirada do local. O protesto ocorreu durante o Pequeno Expediente, fase inicial da sessão destinada a pronunciamentos de até cinco minutos dos parlamentares.

Na mesma sessão, estava prevista a votação de projetos polêmicos, como o PL da Dosimetria. A proposta, apresentada como alternativa ao projeto de anistia rejeitado, tem potencial para reduzir penas de condenados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.

Contexto do processo de cassação

A denúncia que originou o processo foi apresentada pelo Partido Novo. Vídeos e relatos colhidos no Conselho de Ética mostram que, após uma discussão verbal, o deputado partiu para empurrões e chutes contra Costenaro, numa tentativa de expulsá-lo do local. O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), afirmou não haver dúvidas sobre as agressões, que configurariam quebra de decoro parlamentar.

Em sua defesa, Glauber Braga alegou que o militante do MBL teria ofendido a honra de sua mãe, falecida poucas semanas após o tumulto. Este não é o primeiro protesto do parlamentar: anteriormente, ele chegou a fazer greve de fome e acampar dentro da Câmara em repúdio ao andamento do processo.

Próximos passos e consequências

Com o recurso negado na CCJ, o processo segue para o plenário da Câmara, onde os 513 deputados votarão pela manutenção ou cassação do mandato de Glauber Braga. A sessão de quarta-feira (10) determinará os trâmites finais dessa votação. A expectativa é de que o tema gere novos debates acalorados no plenário, refletindo a polarização política atual.

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