A Polícia Civil de São Paulo prendeu na noite desta quinta-feira (3) João Nazareno Roque, funcionário da C&M Software, empresa que presta serviços ao Banco Central. O suspeito é acusado de facilitar o maior ataque hacker ao sistema financeiro brasileiro, que resultou em prejuízo de R$ 541 milhões a seis instituições bancárias.
Segundo o delegado Paulo Eduardo Barbosa, da 2ª Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber), Roque confessou ter fornecido acesso ao sistema que conecta instituições ao Pix mediante pagamento de R$ 15 mil. A prisão ocorreu no bairro City Jaraguá, na zona norte da capital paulista.
Modus operandi do crime
Investigadores apuraram que os hackers acessaram contas de reserva dos bancos - valores mantidos no Banco Central - através de credenciais obtidas na C&M Software. A empresa confirmou o ataque à sua infraestrutura digital, mas garantiu que nenhum cliente teve perdas diretas.
O suspeito teria recebido inicialmente R$ 5 mil em maio pela senha de acesso e posteriormente mais R$ 10 mil para desenvolver códigos maliciosos. "Ele afirmou só se comunicar com os criminosos por celular", relatou Barbosa à TV Globo.
Valores recuperados
As autoridades conseguiram bloquear uma conta com R$ 270 milhões dos R$ 800 milhões inicialmente desviados. O restante do prejuízo foi parcialmente recuperado através do sistema de devolução automática do Pix.
A polícia continua as investigações para identificar outros envolvidos no esquema, considerado o maior ataque cibernético ao sistema financeiro nacional. Especialistas alertam que o caso expôs vulnerabilidades críticas na arquitetura de pagamentos instantâneos.
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