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Governo Lula avalia recorrer ao STF após Congresso derrubar aumento do IOF
Boletim Diário

Governo Lula avalia recorrer ao STF após Congresso derrubar aumento do IOF

Base governista alega inconstitucionalidade na decisão parlamentar que suspendeu decreto presidencial sobre o imposto financeiro

Redação
Redação

26 de junho de 2025 ·

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a decisão do Congresso Nacional que derrubou o decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na noite de quarta-feira (25), parlamentares aprovaram com ampla maioria (383 votos a favor na Câmara) o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que suspende os efeitos da medida.

Confronto entre Poderes

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que juristas do Planalto consideram a decisão legislativa "flagrantemente inconstitucional". A tese é endossada por líderes governistas, como o deputado Rogério Correia (PT): "O Congresso, para proteger os mais ricos, atropelou prerrogativas constitucionais do Executivo".

Do outro lado, o relator do PDL, deputado Coronel Chrisóstomo (PL), defendeu a legalidade da ação: "Nosso relatório seguiu rigorosamente a Carta Magna". Especialistas apontam que o embate ilustra o sistema de freios e contrapesos - enquanto o Executivo pode editar decretos sobre IOF, o Legislativo tem competência para sustá-los.

Impactos imediatos

A derrubada do decreto:

- Invabilizou arrecadação adicional estimada em R$ 30 bilhões

- Forçou contingenciamento no Orçamento federal

- Reabriu debate sobre reforma tributária

O governo prepara novo projeto para "dividir renda", segundo o deputado Correia, com foco em reduzir benefícios fiscais para grandes empresas. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que ainda não há decisão final sobre a judicialização, mas a equipe econômica avalia alternativas para compensar o rombo.

Contexto histórico

Esta é a primeira vez em 33 anos que o Congresso derruba um decreto presidencial - o último caso ocorreu em 1992, no governo Collor. A medida revisada do IOF, publicada em 11 de junho após negociações, previa:

- Alíquota de 0,38% para empréstimos a PJ (inicialmente 0,95%)

- Taxação de 3,5% em compras internacionais com cartão

- Tributação de 5% para aportes mensais acima de R$ 50 mil em VGBL

O Planalto argumenta que as mudanças visavam combater elisão fiscal, enquanto oposicionistas as classificaram como "confiscatórias". A crise expôs fissuras na relação entre Executivo e Legislativo, com aliados criticando a "quebra de acordo" pelo Congresso.

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