A Nvidia Corp. (NASDAQ: NVDA) enfrenta grandes desafios no mercado chinês. Impedida de vender vários de seus chips para a China devido a restrições dos EUA, a empresa precisou registrar uma baixa contábil de US$ 5,5 bilhões. E as dificuldades não param por aí: a competição local está se intensificando. A gigante chinesa Huawei Technologies está avançando no desenvolvimento de chips que podem rivalizar com os produtos mais avançados da Nvidia. Se esse movimento se consolidar, a China poderá reduzir drasticamente sua dependência de chips importados, o que representaria uma séria ameaça à receita futura da Nvidia.
Principais pontos:
- A Huawei está próxima de lançar chips capazes de competir com os modelos mais avançados da Nvidia.
- Com isso, a necessidade da China importar chips da Nvidia pode diminuir consideravelmente.
Segundo o The Wall Street Journal, a Huawei desenvolveu um novo chip, o 910D, que utiliza tecnologias de empacotamento para integrar mais dies de silício, aumentando seu desempenho. Contudo, fontes afirmam que o 910D consome mais energia e é menos eficiente que o H100 da Nvidia. Mesmo assim, diante das sanções norte-americanas, o chip da Huawei pode se tornar a principal alternativa para as empresas chinesas, impulsionado também pelo incentivo do governo à adoção de soluções nacionais.
Enquanto isso, a questão energética pesa menos para a China, já que o governo central tem maior controle sobre o fornecimento de eletricidade, ao contrário dos EUA, onde a disputa por energia para data centers de IA está se tornando um problema sério para clientes da Nvidia.
Mais um golpe para a Nvidia
As perspectivas da Nvidia continuam se deteriorando. As ações da empresa já acumulam queda de 17% em 2025, embora a perda recente tenha sido ainda maior (27%). A desaceleração na expansão dos principais data centers de IA, como AWS e Microsoft, preocupa os investidores. Há um receio crescente de que o retorno sobre os investimentos em inteligência artificial possa ser mais lento do que o esperado.
Atualmente, analistas projetam que a Nvidia registre uma receita de US$ 43,1 bilhões neste trimestre, um salto em relação aos US$ 26 bilhões do mesmo período no ano passado. O lucro por ação também deve crescer, de US$ 0,61 para US$ 0,89. No entanto, após uma valorização de 1.470% nos últimos cinco anos, muitos especialistas alertam que a empresa pode enfrentar a "lei da gravidade" dos mercados.