Operação combate grupo que vendia cetamina veterinária como droga alucinógena

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Militar cumprem, na manhã desta quarta-feira (3), 12 mandados de busca e apreensão contra um grupo investigado por prescrever, distribuir e vender ilegalmente a cetamina, um medicamento de uso veterinário utilizado como droga alucinógena. A operação ocorre em nove estabelecimentos comerciais localizados em cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

As investigações tiveram início em maio de 2025, após uma ação da PM que resultou na apreensão de 1.171 unidades de cetamina. Inicialmente, os medicamentos apreendidos possuíam notas fiscais e prescrições regulares assinadas por uma médica veterinária.

Esquema milionário e suspeitas documentais

De acordo com a PCPR, a análise dos documentos revelou que a substância foi adquirida por um valor acima do habitual, totalizando R$ 100 mil. A corporação identificou ainda que o registro da compra foi fracionado em várias notas fiscais emitidas com diferença de minutos, o que levantou suspeitas sobre a legalidade da operação.

“Ainda, em conjunto com o MAPA [Ministério da Agricultura e Pecuária], verificamos que a prescritora dos medicamentos apreendidos era uma médica veterinária recém-formada que, entre fevereiro e abril de 2025, solicitou autorização ao órgão federal para aquisição de 28 mil unidades do medicamento”, afirmou a delegada Paula Christiane Brisola.

Lucro estimado em R$ 10 milhões

Conforme a polícia, a comercialização ilegal do medicamento gerou um lucro de R$ 10 milhões para a organização criminosa. A operação desta quarta-feira visa desarticular a rede e apreender provas que consolidem as acusações contra os investigados.

A cetamina é um anestésico de uso restrito em medicina veterinária. Seu desvio para consumo humano, onde age como uma potente droga dissociativa e alucinógena, configura crime de tráfico de drogas. A venda de medicamentos de uso veterinário para consumo humano é proibida e representa grave risco à saúde pública.