Um recente esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos nos benefícios do INSS está afetando milhares de aposentados e pensionistas. Investigadores descobriram que diversas associações estavam falsificando assinaturas e oferecendo serviços sem a devida estrutura, levando à autorização de descontos não reconhecidos. Essa situação crítica levanta a necessidade de cuidados dos beneficiários para identificarem eventuais valores a receber e a forma de corrigir esses problemas.
De acordo com o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, uma pesquisa realizada com 1.300 aposentados mostrou que 97% deles nunca autorizaram os descontos indevidos. Esses dados reveladores indicam uma fragilidade no processo de autorização, evidenciando que muitos beneficiários podem estar expostos a cobranças não reconhecidas em suas aposentadorias.
Para averiguar a existência de descontos não autorizados, os beneficiários devem consultar seus extratos do INSS. Este documento, que lista detalhadamente todas as transações, pode ser acessado pelo aplicativo ou site Meu INSS. Caso um desconto não reconhecido seja identificado, o beneficiário pode solicitar a exclusão da mensalidade associativa diretamente pelo aplicativo, pela central 135 ou pelo site do Meu INSS. O bloqueio de mensalidades futuras também pode ser solicitado da mesma forma.
Além disso, os beneficiários têm a opção de entrar em contato diretamente com a associação envolvida para registrar uma reclamação e solicitar a devolução dos valores. O INSS, por sua vez, pode intervir nessas situações solicitando documentação das entidades que autorizaram os descontos. Para formalizar denúncias, os beneficiários podem utilizar o Portal Consumidor.Gov ou a Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.
As investigações sobre esse esquema de fraudes tiveram início em 2023 e culminaram na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A operação gerou 211 buscas e apreensões em 34 municípios, resultando na apreensão de bens de valor e na prisão de envolvidos. Assim, a CGU e a Polícia Federal seguem monitorando o caso para garantir a responsabilização dos culpados e o ressarcimento dos beneficiários afetados.