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STF decidirá se municípios podem proibir atividade de flanelinhas reconhecida pela União
Boletim Diário

STF decidirá se municípios podem proibir atividade de flanelinhas reconhecida pela União

Caso com repercussão geral analisará conflito entre lei de Porto Alegre e norma federal que regulamenta a profissão.

Redação
Redação

1 de julho de 2025 ·

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar se municípios têm autonomia para proibir a atividade de guardadores autônomos de veículos, conhecidos como flanelinhas. O caso surge após Porto Alegre aprovar lei complementar em 2020 que veda a atuação desses profissionais em vias públicas, contrariando legislação federal que reconhece a profissão desde 1975.

A ação chegou ao STF após recurso da prefeitura gaúcha contra decisão judicial que permitiu a um flanelinha continuar trabalhando. O ministro Luiz Fux, relator do caso, reconheceu sua repercussão geral, o que significa que a decisão servirá de parâmetro para situações semelhantes em todo o país.

Conflito entre normas

A Lei Complementar nº 874/2020 de Porto Alegre proíbe expressamente a atividade de flanelinhas e reserva à prefeitura o direito de explorar ou autorizar estacionamentos em vias públicas. Já a Lei Federal 6.242/1975 e seu decreto regulamentador (79.797/1977) reconhecem e validam nacionalmente a profissão de guardador de veículos.

Dados do processo: O recurso extraordinário com agravo (ARE 1.342.567) foi admitido pelo STF em 30 de janeiro de 2025. Ainda não há data marcada para o julgamento de mérito.

Argumentos em disputa

A prefeitura de Porto Alegre defende que os municípios têm competência constitucional para regulamentar o uso do espaço urbano. Já o flanelinha autora da ação original argumenta que a lei municipal viola direitos trabalhistas garantidos por norma federal.

Em seu voto pela repercussão geral, o ministro Fux destacou que o caso "envolve a proibição, por lei municipal, de uma profissão reconhecida em nível federal, além da aplicação de multas a quem a exerce". A maioria dos ministros acompanhou seu entendimento no Plenário Virtual.

Impacto nacional

A decisão do STF poderá definir limites para a atuação de estados e municípios na regulamentação de profissões reconhecidas pela União. Segundo especialistas consultados pelo G1, o julgamento pode afetar outras atividades informais reguladas em nível nacional mas restritas localmente.

Enquanto aguarda o julgamento, o STF mantém suspensa a aplicação de multas previstas na lei de Porto Alegre contra flanelinhas que continuem exercendo a atividade. A prefeitura estima que cerca de 300 profissionais atuam irregularmente na capital gaúcha.

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