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Câmara dos Deputados pauta cassação de Glauber Braga após incidente com ativista

Câmara dos Deputados pauta cassação de Glauber Braga após incidente com ativista

Processo será votado no plenário após parecer favorável do Conselho de Ética que apontou falta grave ao decoro.

Redação
Redação

10 de dezembro de 2025 ·

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), anunciou que levará ao plenário, a partir desta quarta-feira (10), o processo de cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). A abertura do processo ocorreu após um incidente em abril de 2024, quando o parlamentar expulsou, com empurrões e chutes, o ativista Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), das dependências da Casa.

O caso foi analisado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que emitiu um parecer favorável à cassação. A acusação, apresentada pelo partido Novo, argumenta que o deputado cometeu uma falta grave ao decoro parlamentar. Em sua defesa, Braga alega perseguição política e que a punição é desproporcional, vinculando-a às suas denúncias contra o orçamento secreto.

Confronto na Mesa Diretora e Reações

Na tarde de terça-feira (09), em protesto contra a decisão de pautar a cassação, Glauber Braga ocupou a mesa diretora do plenário. O deputado foi retirado à força por policiais legislativos após se recusar a deixar o local. Em comunicado, Braga afirmou que foi retirado "a mando do presidente da Câmara" e classificou o ato como inédito desde a ditadura, citando também agressões contra as deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).

O presidente Hugo Motta justificou a pautação afirmando que o processo "já deveria ter sido levado ao plenário desde o dia 22 de abril deste ano". Ele declarou: "Todos sabem que esse processo foi concluído lá no Conselho de Ética e que o Plenário precisa dar o seu veredito final. Vamos enfrentar esse caso do deputado Glauber nesta semana".

Antecedentes: Greve de Fome e Acordo

Em um episódio anterior relacionado ao mesmo processo, Glauber Braga iniciou uma greve de fome em protesto, que durou nove dias e foi suspensa em janeiro. A suspensão ocorreu após um compromisso público de Hugo Motta, que garantiu, em suas redes sociais, não colocar o processo em votação antes de 60 dias após a deliberação de um recurso do deputado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ao suspender a greve, Braga declarou: "Estou suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle Franco".

Disputa sobre a Pena e Próximos Passos

Glauber Braga defende que a pena adequada para o ato seria uma censura verbal ou escrita, conforme prevê o regimento interno da Casa para ofensas físicas ou morais em suas dependências. Ele sustenta que está sendo alvo de uma articulação política, acusação negada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

O plenário da Câmara dos Deputados agora decide sobre o futuro do mandato do parlamentar, em um processo que mistura alegações de violação do decoro com acusações de retaliação política.

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