Uma investigação recente da Polícia Federal (PF) trouxe à tona um extenso esquema de fraudes e desvios de recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com prejuízos que podem chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O caso envolve dirigentes e servidores do INSS que, segundo a PF, recebiam benefícios indevidos para facilitar a inserção de descontos em contracheques de aposentados. A operação revelou que associações cadastravam, sem autorização, aposentados e pensionistas, utilizando assinaturas falsas para descontar mensalidades diretamente dos benefícios.
A PF identificou que algumas associações funcionavam no mesmo endereço e tinham a mesma dirigente, o que indica uma organização bem estruturada para explorar os beneficiários do INSS. Pessoas foram filadas a várias entidades, frequentemente sem que tivessem ciência sobre essas associações, evidenciando um forte indício de fraudemia em massa. O relatório da investigação sugere que a liberação de descontos em lote sem autorização específica dos beneficiários contribuía para a escalabilidade das fraudes.
A operação intitulada 'Sem Desconto', realizada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), levou ao afastamento de servidores e à prisão de seis suspeitos. Entre os afastados, está Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que é apontado como um dos principais articuladores do esquema. Após a operação, o governo brasileiro suspendeu todos os descontos associativos e prometeu devolver valores descontados indevidamente. A investigação continua em andamento, com o objetivo de esclarecer a totalidade do esquema e a extensão das fraudes, envolvendo entidades em diversas regiões, incluindo o Nordeste.