Líder do PT critica presidente da Câmara por atuação "na surdina"
Deputado Lindbergh Farias rebate Hugo Motta após rompimento e defende transparência em suas ações políticas
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, criticou duramente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), em postagem na rede social X. As declarações ocorrem após Motta anunciar rompimento de relações com o parlamentar petista.
Em resposta às acusações, Farias afirmou que o presidente da Câmara age de forma "imatura" e "errática", enquanto defende que suas próprias posições são "transparentes e previsíveis". O conflito se intensifica em meio a tensões entre o Planalto e o Congresso.
Críticas diretas e defesa da transparência
Lindbergh Farias foi enfático ao rebater as acusações: "Considero imatura a posição do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Política não se faz como clube de amigos". O parlamentar destacou que sempre atuou "de forma clara e com posições coerentes, nunca na surdina".
O líder petista citou três episódios específicos para fundamentar suas críticas: a derrubada do IOF, a PEC da Blindagem e a escolha do deputado Guilherme Derrite como relator de projeto do Executivo.
Rompimento anunciado e contexto político
As declarações de Farias são resposta direta ao anúncio de Hugo Motta, que afirmou à Folha de São Paulo: "Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias". O rompimento formaliza a crise entre os dois parlamentares.
A tensão teve início com a polêmica escolha de Guilherme Derrite (PP) para relatar o PL Antifacção. Derrite havia se licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), especificamente para assumir a relatoria.
Consequências e responsabilidades
Farias transferiu a responsabilidade pela crise para o presidente da Câmara: "Se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito". O líder petista afirmou que Motta deve "assumir as responsabilidades por suas ações".
O episódio ocorre paralelamente a outro conflito institucional: o atrito entre o Planalto e o Senado pela indicação de Jorge Messias para o STF, contrariando as expectativas do presidente Davi Alcolumbre (União Brasil), que trabalhava pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD).
Impacto nas relações institucionais
A crise afeta diretamente a governabilidade, uma vez que Motta bancou a votação do PL Antifacção mesmo com a falta de consenso entre o relator, líderes partidários, Governo Federal e representantes das forças de segurança. A situação expõe as dificuldades de articulação política em meio a divergências profundas.
O rompimento entre os dois principais agentes políticos na Câmara sinaliza tensões que podem impactar a tramitação de projetos prioritários do governo Lula no Legislativo.
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