Lula critica mudanças no PL Antifacções aprovado pela Câmara

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou publicamente as alterações realizadas no Projeto de Lei Antifacções aprovado pela Câmara dos Deputados. Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (19), o chefe do Executivo afirmou que o texto atual "favorece quem quer escapar da lei" e enfraquece o combate ao crime organizado.

A Câmara dos Deputados aprovou o PL Antifacções na última terça-feira (18) após intensa disputa política que resultou em cinco modificações no texto original. A votação final registrou 370 votos favoráveis contra 110 contrários, com relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP), escolhido pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos).

Críticas ao texto aprovado

Lula destacou que o projeto aprovado "alterou pontos centrais do PL Antifacções que nosso governo apresentou". O presidente foi enfático ao afirmar que "do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica".

Em suas declarações, o mandatário utilizou tom contundente: "Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei". A crítica direta ocorre menos de 24 horas após a aprovação do projeto pelos deputados.

Próximos passos e responsabilidade do Senado

O presidente salientou a importância do diálogo e transferiu a responsabilidade para o Senado Federal, onde o projeto será encaminhado para nova análise. Lula reafirmou o compromisso do Governo Federal com "uma agenda legislativa que fortaleça as ações da Polícia Federal".

O chefe do Executivo também destacou a necessidade de "garantir maior integração entre as forças de segurança e ampliar o trabalho de inteligência para enfrentar facções nos territórios onde elas tentam se impor". A declaração sugere que o governo buscará modificações no texto durante a tramitação no Senado.

Contexto legislativo

O PL Antifacções representa uma das principais propostas do governo federal para o combate ao crime organizado. As cinco alterações sofridas durante a tramitação na Câmara refletem as negociações políticas necessárias para garantir a aprovação, mas geraram insatisfação no Planalto.

Com a transferência para o Senado, inicia-se nova etapa de discussões onde o governo espera recuperar pontos considerados essenciais do texto original. A expectativa é que os senadores analisem tanto as críticas presidenciais quanto as justificativas dos deputados pelas alterações realizadas.