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Manifestações contra projetos do Congresso reúnem milhares em São Paulo e Rio
Política

Manifestações contra projetos do Congresso reúnem milhares em São Paulo e Rio

Movimentos populares protestam contra propostas que podem beneficiar investigados e reduzir penas de condenados.

Redação
Redação

15 de dezembro de 2025 ·

Manifestantes se reuniram neste domingo (14) em São Paulo e no Rio de Janeiro para protestar contra projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Os atos, que reuniram cerca de 14 mil pessoas na Avenida Paulista e 19 mil em Copacabana, tiveram como alvo as lideranças da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Os protestos são uma resposta a iniciativas legislativas apelidadas de "PEC da Bandidagem" pelos movimentos organizadores. As propostas em questão visam, segundo os manifestantes, reduzir o tempo de prisão de condenados por crimes como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dificultar investigações da Polícia Federal sobre transações financeiras suspeitas.

Artistas e multidão nas ruas

Entre os participantes dos atos estavam artistas consagrados da música brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque. A presença da trindade da MPB, conhecida por seu histórico de posicionamento político desde o período da ditadura militar, reforçou o tom de crítica às manobras em Brasília.

Durante a manifestação em São Paulo, gritos de "Fora, Hugo Motta" ecoaram pela avenida. Os manifestantes criticam a atuação do presidente da Câmara, acusando-o de perder a capacidade de liderar o plenário com equilíbrio e de protelar a aplicação de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pedia a renúncia da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Contexto político e riscos apontados

Analistas políticos presentes aos atos apontam que o Congresso vive um momento de aliança forçada entre o centrão e a extrema-direita. O objetivo dessa união, segundo os críticos, seria uma "dupla salvação": blindar investigados e alterar leis penais.

Para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a maior ameaça imediata seria a reabilitação política de Jair Bolsonaro. Já no caso de Davi Alcolumbre, a movimentação no Senado é vista como uma reação às investigações que o cercam, levando-o a uma postura de "tudo ou nada" que coloca o Executivo em xeque.

Histórico de mobilização e próximos passos

Esta não é a primeira manifestação do tipo. Em setembro, movimentos populares já haviam ido às ruas contra as mesmas propostas. A mensagem deixada neste domingo é de que a pressão popular continuará caso não haja recuo por parte das lideranças do Congresso.

O texto de convocação dos atos, assinado por diversas entidades, lembra que a disputa atual não é entre Poderes da República, mas contra as lideranças que os comandam. A nota finaliza com um alerta histórico sobre a efemeridade do poder para aqueles que tentam se "entronizar" nas casas legislativas.

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